Este Pauta Blog entrevistou o servidor público federal aposentado e presidente do PT de Itabuna, Jackson Moreira. O ex-funcionário da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) militou ao lado do ex-prefeito Geraldo Simões (PT) na década de 80 e, durante os dois mandatos do petista, integrou a gestão nos cargos de diretor do departamento do material de patrimônio e diretor de recursos humanos.
O presidente do PT itabunense assegurou que a pré-candidatura de Simões a prefeito em 2024 está ganhando mais força com o passar do tempo: 📌“Geraldo é pré-candidato do PT. Como nós temos um processo até a eleição, nós podemos ter pré-candidatos de outros membros da federação. Nesse primeiro momento, estamos discutindo com a sociedade organizada, com outros partidos, com outras pessoas e militantes, além de figuras proeminentes na sociedade. Diante do caos e do problema enfrentado por Itabuna na Educação, no transporte, no saneamento básico, na mobilidade urbana, em vez da pré-candidatura de Geraldo ser negociada ou não, ela toma cada vez mais força considerando as qualidades dele para liderar o processo de resgate da nossa cidade, haja vista os dois mandatos profícuos que Geraldo teve em Itabuna, onde ele se destacou muito”.
O petista salientou, inclusive, o posicionamento do MDB baiano, que já deu indícios de que vai abraçar a pré-candidatura de Geraldo: 📌“A direção do MDB está comprometida com a candidatura de Geraldo a prefeito. O MDB é um partido histórico na Bahia e no Brasil. Ele é o partido responsável pela redemocratização no Brasil e, na Bahia, em particular, dentre outras coisas, uma das grandes virtudes do partido e dos irmãos Vieira Lima é assumir compromissos e manter esses compromissos, muito diferente de outras figuras que, aquilo que se fala sentado, não se garante de pé”.
Segundo Jackson, Geraldo é a pessoa que reúne as condições necessárias para “consertar” a situação em que o município se encontra na gestão de Augusto Castro (PSD): 📌“A cidade está passando por um momento de muita dificuldade em que a gente vê um governo de improviso. Nós não vemos um governo que reúna condições de ofertar à população serviços de qualidade e do que nós precisamos. Nós vemos dificuldades e deficiências em todas as áreas. Temos um transporte público caótico com 45 ônibus que quebram todos os dias. Os postos médicos de Itabuna encontram-se de forma precária e não oferecem um serviço de qualidade. As pessoas que procuram o serviço reclamam que não há materiais básicos para curativos, não há medicamentos e outras coisas. A educação é outra grande dificuldade. A cidade está um caos!”.
Questionado sobre a declaração dada pelo presidente do PSD de Itabuna e secretário de Esportes e Lazer, Alcântara Pellegrini, de que Simões poderia desistir da pré-candidatura para apoiar Augusto, Jackson foi enfático: 📌“[Chance] é zero! A necessidade da candidatura de Geraldo é em função do desastre em que Itabuna se encontra, onde nada funciona. Essa situação atual da cidade é que leva Geraldo a manter a pré-candidatura”.
Em entrevista à TVI, Pellegrini disse, também, que a Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores poderia incitar a desistência da pré-candidatura a partir do reconhecimento da contribuição do PSD nas eleições de 2022, mas Jackson disse que desconhece essa possibilidade e alfinetou o adversário político: 📌“Eu acho que onde Alcântara milita, ao longo da vida, ele não tem conhecimento de pessoas que garantem aquilo que falam. Geraldo está aberto ao diálogo com qualquer pessoa, mas o momento do diálogo pra gente discutir candidatura já passou. Hoje, a pré-candidatura de Geraldo é uma realidade e, além disso, nós firmamos um compromisso político-partidário com o MDB, que é de muita importância. Alcântara foi infeliz em algumas coisas. Na entrevista, ele disse que a direção-geral do partido vai intervir, mas isso é porque o histórico de Alcântara vem do carlismo, onde, na verdade, ‘manda quem pode e obedece quem tem juízo’, diferentemente do Partido dos Trabalhadores, que é um partido plural e as pessoas têm direito ao voto. É por isso que ele fala que a direção-geral pode interferir, mas, lá, nós temos liberdade e capacidade para deliberar sobre os nossos destinos. Eu vou enviar para Alcântara uma deliberação do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, onde é citada a necessidade de, em cidades com mais de 100 mil habitantes, a estimulação de candidaturas próprias. Isso não é interferência nem obrigatoriedade, mas um indicativo de como o partido se comporta”.
O presidente do PT de Itabuna também criticou Alcântara por ele ter declarado que Jackson e Geraldo tem feito críticas desonestas à atual gestão: 📌“Nós sempre fizemos críticas construtivas porque nós queremos o melhor para a cidade. Desonesto mesmo é gastar R$ 10 milhões no Ita Pedro e manter um restaurante popular fechado há 974 dias. Aquele local beneficiaria 3 mil pessoas diariamente em uma cidade onde 54 mil moradores estão em fragilidade alimentar. Desonesto é dizer aos quatro ventos que vai fazer o maior programa de água da cidade e, depois, ser descoberto que esses produtos e equipamentos estão sendo feitos pelo governo do estado. Desonesto é você recuperar uma escola e ela quase desabar sobre a cabeça das crianças. Alcântara tem dito que nós fazemos críticas desonestas, mas estamos à disposição para fazer um debate público e civilizado onde nós possamos colocar tudo o que pensamos sobre a gestão e ele ter direito de apresentar o que acha”.
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