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Parada para um novo tempo

“Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”, disse Antônio Maciel

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Eis 2021! Sejam todos, bem-vindos! Tempo inimaginável para meu avô José. Ele, como muitos de sua época, dizia: “De 2.000 não passará, meu filho!”.  Não sei por que, mas nós, meninos diferentes desses de hoje, com tanta informação, acreditávamos. Mas ainda assim, mesmo atado àquela educação sem muitos questionamentos, indagávamos: Por que vovô?”.  Ele prontamente respondia: “Fim dos tempos, meu filho! Tempo que filho mata pai, pai mata filho…”. Com esse pensamento, seguia rezando seu terço, fazendo as orações antes e depois das refeições. Parava tudo que estivesse realizando às 18 horas, horário sagrado, diante do altar, diante de sua Santinha, rezava. Ele foi da Congregação de Marianos.

Dizem que essa frase é muito antiga, e que a forma correta seria “De mil passará, mas a 2000 não chegará”. E aqui caberia outro texto sobre história.

Quando criança, nós viajávamos no futuro com Os Jetsons, série de animação lançada no  início  dos anos 1960, da dupla Hanna-Barbera, que fora exibida novamente nos anos de 1980. O tema: “Era Espacial”. Carros voadores e cidades suspensas provocavam nossa imaginação. Falando de imaginação, não podemos esquecer-nos das “viagens futurísticas” de Júlio Verne, considerado por muitos como pai da ficção cientifica. Aqui merece uma informação. Estamos iniciando um novo tempo, com sonhos, projetos novos fervilhando na cabeça… E, muitas vezes, não realizar nada do que planeja, deixa um pouco para baixo.  Júlio Verne cursou direito para agradar ao pai. Porém, vivia infeliz com a carreira. Seguindo o conselho de um amigo, editor, passou a escrever e publicou seu primeiro livro, Cinco Semanas em um Balão. Com o sucesso, assinou um contrato de 20 anos, com esse amigo, e escreveu até o último ano de vida. A obra final: O senhor do mundo. É hora de procurar ser o senhor de seus sonhos. Nem sempre é fácil. Mas, vamos prá frente!

Na virada de ano, paramos por um instante, olhamos aquela estrela, cada um com sua crença foi se protegendo. Alguns saltaram sete ondas, outros fizeram uma oração,  pedidos para ter força espiritual, outros projetaram algumas metas, e abriram o sorriso com os amigos, desejando uns aos outros a realização dos sonhos. Com os dias passando (e parece voar) sejamos rápidos para trabalhar na construção desses sonhos. Vamos para rua construí-lo como se fosse o time do coração na final de um grande torneio. Se entregue de corpo e alma para realizá-lo como quem briga e grita como torcedor de futebol. Disse Steve Jobs, que “cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”.

Essa história do futuro me veio à cabeça, por conta de um papo com um ex-aluno, formado em TI (Tecnologia da Informação). Esse dizia que o futuro é da inteligência artificial. Desde as questões domésticas, como uma porta que esqueceu aberta ser fechada com um toque num aparelho, ou um problema complexo de doença ser diagnosticado. Estamos em um novo tempo. Meu avô José, que considerou o controle remoto um sinal do fim dos tempos  (“Fim dos tempos, meu filho, fim dos tempos!”), o que diria agora? Certo é, vovô, que atravessamos 2.000. Desembarcamos em 2021. Onde cada um deseja chegar?

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Antônio Maciel

Pedagogo, professor, poeta e produtor cultural

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