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La Révolution

"O mundo anseia por uma revolução baseada nos bons costumes e ações que podem ser capazes de alterar o destino da nossa Pátria"

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Invasões europeias, conflitos indígenas, Inconfidência Mineira, Cabanagem, Farroupilha, Canudos e Contestado.

Houve um período da história do Brasil em que os jovens eram, constantemente, testados em ambientes hostis e adversos, não apenas fisicamente, mas mental e espiritualmente. Os motivos iam desde a defesa da própria tribo até a tentativa de impedimento de alguma invasão inimiga ou manutenção da democracia.

Com a profunda globalização ocorrida nas últimas décadas e alguns preceitos morais definidos pela agenda global, o Brasil e o mundo entraram em uma “paz” temporária. Esse estado pode ser definido como um período onde grandes conflitos não existem e apenas menores desavenças ganham destaque.

Como resultado dessa “paz”, criou-se uma geração vulnerável, não só a inimigos externos, mas à ação de inimigos internos. A teoria explica, em partes, o aumento de problemas psicológicos e o desenvolvimento dos casos de depressão. Com a proliferação de problemas oriundos da “paz” estabelecida, chegamos à tese de que o mundo anseia por uma revolução.

O homem contemporâneo vive na esperança de uma revolução que não acontece, onde grupos são criados, ideologias são formadas e a sensação constante é de viver um ato revolucionário que, em alguns anos, só aparecerá nos livros de História.

Foi-se o tempo em que revoluções eram forjadas à base de lâminas e pólvora, onde a força do braço e do brado de um povo lutavam, ferrenhamente, contra a opressão. Hoje, a revolução contra os grupos dominantes não envolve mais conflitos armados ou duelos navais.

Revolução ganhou um novo conceito e um novo método de aplicação. Como descrito no dicionário, o ato de rebelar-se é, sobretudo, a oposição à autoridade ou poder dominante, então revoltar-se contra o sistema, nos dias atuais, é nada mais que:

1️⃣ Formar uma família e honrá-la quando a cultura atual lhe aponta para a devassidão, traição, prostituição e faz prevalecer a premissa de que o casamento e a paternidade/maternidade são uma prisão. Criar os filhos com amor e respeitar o cônjuge podem ser os primeiros passos para promover uma revolução nos tempos modernos;

2️⃣ Buscar, obsessivamente, a verdade, mesmo em um país onde mentirosos reinam sem pudor e o aparato midiático desenvolve mecanismos a favor manipulação de fatos e dados. Investigar as fontes primárias, ler bons livros sobre variados assuntos e destrinchar o conhecimento desde a essência são parte do caminho para livrar-se das amarras formadas pela guerra de narrativas, que são capazes de controlar o imaginário da população;

3️⃣ Ficar sóbrio: ao ler tal recomendação, pode até estranhar e achar “cafona” da parte deste pobre escritor, no entanto, sugiro que façam uma autorreflexão. Idealizem o momento em que tomam o primeiro gole de bebida e busquem os motivos dessa decisão. Sem dúvidas, 99% das pessoas vai notar que o estopim para esse hábito é a existência de influências externas presentes em nosso meio. É preciso ter bravura moral e um espírito revolucionário para rejeitar um copo de bebida oferecido com promessas ocultas de zombaria e menosprezo caso a sua resposta seja negativa. Não entendam mal, apesar de cristão, sou contra o puritanismo religioso que condena a bebida ou o cigarro, no entanto, é inegável a vulnerabilidade do sujeito embriagado ou sob efeito de drogas. É por isso que o comedimento no uso de entorpecentes e a bravura de rejeitá-los é um ponto destacável da revolução moderna;

4️⃣ Servir e amar a pátria: orgulhar-se de fazer parte de uma pátria onde esse orgulho só aparece a cada 4 anos em Copas do Mundo é, de fato, um ato de rebeldia contra o sistema que lhe empurra para o antipatriotismo. Fazer parte de uma comunidade e exercer cidadania é uma balança entre direitos e deveres, ou seja, servir a sociedade e auxiliar em seu desenvolvimento é obrigação de todos os brasileiros. Há várias formas de auxiliar o crescimento de um país, mas o maior serviço é criar bem os filhos, pois deles será o futuro da pátria;

5️⃣ Defender a si e aos próximos: vivendo em um país de terceiro mundo com populações marginalizadas e em desenvolvimento, a violência é constante na vida de todos. Buscar diferentes formas de defender a si e aos seus e não depender somente das forças estatais de segurança, é necessário nos tempos de hoje. Aquele que se esforça em busca de meios de defesa, não pela motivação do ódio ao inimigo, mas, por amor aos entes, pois, como diria o escritor inglês G.K Chesterton, “o verdadeiro soldado não combate porque odeia o que está na frente dele, mas porque ama o que está por trás dele”;

6️⃣ Honrar a Deus: em um mundo onde prevalece a servidão aos prazeres, imaginar uma vida espiritual e uma alma imortal é uma utopia religiosa. Ter consciência da necessidade de uma vida espiritual é imprescindível porque o discernimento para reconhecer a precariedade e imperfeições do ser humano pressupõe, automaticamente, a existência de um ser superior, justo, bondoso e eterno, que tudo criou e tudo ordena. Honrá-lo é um privilégio daqueles que colhem os frutos de uma vida espiritual e são humildes o bastante para reconhecer a sua pequenez diante de um Deus grandioso.

Eis então, leitores, uma exposição dirigida aos cidadãos insatisfeitos com os rumos tomados pela massa cultural brasileira e ávidos por uma revolução baseada nos bons costumes e ações que podem ser capazes de alterar o destino da nossa pátria. 


Cauã Scher é estudante e copywriter.

*A análise do colunista colaborador não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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