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Grandes desafios para (re)construção da civilização

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Abril de 2021, e estamos ainda aqui, lutando com a distância dos nossos, do trabalho, da escassez de muitas coisas, bem humanas. Vamos tocando o barco, pensando e repensando na vida. Muitas coisas devem ser pensadas e repensadas.

Em tempos de pandemia, por certo, é preciso repensar o conceito de educação. Tentaram, e ainda tentam desqualificar esse modo online. Dizem que professores estão “de boa”. Alguns entenderam que isso não é educação. Seria aquele fingindo que ensina, fingindo que aprende. Mas, presencial ou não, é educação. Estamos em aprendizagem, claro! Como sempre estivemos. Estamos, literalmente, aprendendo fazendo. Nesse processo tentam desnivelar a educação em valor e em preço.

Reafirmamos, pois já sabíamos, que educação não tem preço, tem valor. Muito valor! Nesse novo tempo, é preciso ressignificar o sentido de educar pessoas. Educar uma civilização para a geração futura é o grande desafio.

Desde o ano passado, muitas crianças estariam vivendo no espaço escolar, aprendendo a conviver socialmente, aprendendo limites que na sua casa, com seus pais e avós, não são muitas vezes, observados. Aprendendo que existe um mundo diferente de sua casa. Aprendendo a exercitar o ensinado pelos pais.

Despertar sentidos, ultrapassar barreiras, viver aventuras coletivamente, por enquanto não será possível. Quem tem condições, paga um horário com especialistas, como psicopedagogos ou mesmo pedagogos, para atendimento do seu filho num período de uma hora, para aprender cores, desenvolver coordenação motora, aprender formas, ter novas descobertas, tudo num clima lúdico, mesmo sabendo que existe o prejuízo da vida coletiva. A socialização é fundamental, nesse mundo, cada dia mais individualista. E quem não tem essa possibilidade?

No futebol, cada posição do jogador tem uma função. Quem seria o professor no campo? O professor seria o tradicional meia armador – um dos mais importantes da equipe, já que é responsável pela criação de lances ofensivos das equipes! Os alunos, aqueles que correrão em direção ao gol. Quem vai preparar a jogada para aquele que corre em direção ao futuro?

É frase fácil na boca de políticos, a preocupação com quem está na ponta. É hora de demonstrar. A economia não vai andar, a saúde não vai melhorar, a postura cidadã não vai cair do céu, se não forem valorizadas a educação e a cultura!! Hoje, nós professores, gastamos mais energia em casa, nos ocupamos mais tempo com as tarefas, nos reinventamos a cada dia, para tornarmos as aulas atraentes, disputando – e que disputa desleal – com as graças das tecnologias dos aplicativos de entretenimento da garotada. Quem sabe quantos alunos marcam presença na aula, enquanto jogam no celular? Quem está na ponta para contribuir na construção de um novo mundo?

As maiores bandeiras para estes e os próximos governos, se vislumbrarem um mundo melhor, devem ser educação e cultura. Precisamos reconhecer quem somos, e como criar possibilidades para melhorar as gerações futuras. Os profissionais da educação, mais que nunca, devem ser prioridade para o futuro de uma nação. Não é só o salário, mas é também o salário!  

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Antônio Maciel é Pedagogo, professor, poeta e produtor cultural

*A análise do colunista não reflete, necessariamente, a opinião de Pauta.blog.br

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